
Política nacional para periferias dá escala a experiências de alianças em Recife e Teresina
Construir soluções urbanas para as periferias a por reconhecer sua riqueza. As periferias brasileiras concentram conhecimentos, formas de organização e práticas coletivas que respondem concretamente às dificuldades cotidianas. Esses saberes podem subsidiar saídas mais sustentáveis para desafios estruturais como o o a serviços e os efeitos da crise climática.
Foi dessa potência que se alimentaram os laboratórios urbanos do projeto Alianças para Transformação Urbana (TUC). Desde 2022, coalizões protagonizadas pelos moradores da Comunidade do Pilar, em Recife, e do Residencial Edgar Gayoso, em Teresina, construíram soluções, estreitaram laços e criaram oportunidades.
Agora, essas experiências começam a ganhar escala nacional por meio do Programa Periferia Viva, programa federal de urbanização de favelas liderado pela Secretaria Nacional de Periferias (SNP). O programa direcionará investimentos do Novo PAC Urbanização de Favelas a ações de desenvolvimento urbano integrado em 58 territórios periféricos por todo o país.
Da experiência local ao impacto nacional
Um desses territórios é Peixinhos, em Olinda (PE). Lá, um novo Posto Territorial vai concentrar as equipes responsáveis por cocriar as intervenções junto à comunidade e acompanhar sua implantação. Os aprendizados das Alianças para Transformação Urbana estão refletidos no Guia do Plano de Ação Periferia Viva, que orientará o trabalho das equipes locais e foi elaborado com apoio do WRI Brasil.
Em maio, integrantes do consórcio internacional do Alianças para Transformação Urbana — formado por WRI Brasil, UNU-EHS, IIED, IDOS, WRI e WRI México — puderam conhecer os impactos das duas iniciativas. Em Recife para a reunião global do consórcio, visitaram a Comunidade do Pilar e foram a Olinda acompanhar a inauguração do Posto Territorial de Peixinhos, em evento com a presença do secretário nacional de Periferias, Guilherme Simões, e outras autoridades e lideranças. Em 2023, havia sido Simões que visitara a Comunidade do Pilar para conhecer as intervenções.

Foco na escala
A experiência acumulada com ações de desenvolvimento urbano resiliente e inclusivo em Recife e Teresina embasa a nova etapa da atuação do WRI Brasil no apoio ao Periferia Viva. Entre os esforços está a coordenação da Rede Periferia Viva — uma comunidade de prática nacional voltada a facilitar a articulação entre os diferentes atores envolvidos na implementação dos projetos e obras. A rede proporciona um ambiente para compartilhamento de informações, capacitação e intercâmbio de experiências entre gestores, servidores e equipes técnicas responsáveis pela execução do programa nos territórios selecionados em todo o Brasil.
A intenção é dar escala às ações de qualificação de territórios vulnerabilizados, com soluções construídas com e para as comunidades. A Rede promoverá trocas entre experiências diversas, incentivando o aprendizado coletivo e a difusão de abordagens inovadoras que respeitam as singularidades de cada território.