O Brasil assumiu o compromisso internacional de restaurar 12 milhões de hectares de vegetação nativa até 2030, conforme estabelecido no Acordo de Paris. Da mesma forma, outros países também fizeram promessas de restauração, totalizando um objetivo global de recuperar 350 milhões de hectares até o mesmo prazo, no âmbito do Desafio de Bonn. Comprovar que essas metas estão sendo cumpridas vai exigir, tanto de governos nacionais e estaduais como de organizações da sociedade civil, uma grande capacidade de monitorar o uso da terra. Isso tem colocado o tema do monitoramento da restauração em evidência no Brasil e no mundo. 

O monitoramento é um componente vital para mensurar o sucesso das políticas públicas de restauração ambiental. Ele permite não apenas avaliar o progresso das iniciativas de restauração, mas também informar a tomada de decisões para otimizar recursos e maximizar os benefícios ecológicos, sociais e econômicos.  

O monitoramento é fundamental para o sucesso das políticas públicas de restauração ambiental, conectando a execução à eficácia a longo prazo. Ao fornecer dados contínuos sobre o progresso, permite ajustes estratégicos que otimizam recursos e maximizam os benefícios ecológicos, sociais e econômicos. Essas informações também embasam decisões futuras, promovendo transparência e eficiência na adaptação das políticas. 

O Brasil é um país que se destaca neste tema, especialmente no monitoramento de mudanças de uso e cobertura da terra e de desmatamento. Mas os sistemas de monitoramento da restauração, da regeneração natural de florestas e da silvicultura ainda estão em desenvolvimento, tanto no país como internacionalmente.  

Este artigo destaca como o monitoramento da restauração tem evoluído, apoiando metas de conservação e de biodiversidade, com foco em eventos recentes que moldam o futuro dessa agenda.  

Apoiando políticas de monitoramento no Brasil e América Latina 

O momento é propício para trazer a discussão do monitoramento da restauração no Brasil. O governo brasileiro colocou em consulta pública o Plano Nacional de Recuperação da Vegetação Nativa (Planaveg), que prevê ações nesse tema. O que o Brasil pode aprender das iniciativas já existentes">site do Pacto pela Restauração da Mata Atlântica.  

Um momentum para políticas que monitoram a restauração 

À medida que o Brasil avança na implementação de políticas de restauração, o monitoramento desempenha um papel cada vez mais central. Há um movimento crescente para alinhar a restauração com as metas de conservação e as demandas das comunidades locais.  

Esse momentum deve ganhar força em outubro, com a expectativa do anúncio da atualização do Planaveg, hoje em consulta pública. Ferramentas como o Observatório da Restauração e Reflorestamento, uma plataforma que reúne dados monitorados de restauração de forma ível e transparente para diversos atores, que deve ter dados atualizados em breve, pode contribuir ainda mais para construir uma base sólida para que o Brasil continue liderando as ações de restauração no cenário global.